sexta-feira, 7 de maio de 2010

CAPAZ



           Nunca abri mão do amor, mas tenho quase certeza de que ele abriu mão de mim. Talvez seja porque tenho uma grande capacidade de conformismo. É claro que sinto falta de borboletas no estômago, calafrios, noites insones... mas isto não é capaz de me derrubar.
            Sempre fiz o tipo romântica, apesar de não parecer. Para mim, um diamante pode ser mais efêmero do que uma rosa – não é hipocrisia. Passo longe de ser a mulher perfeita, nem mesmo sei se já sou uma mulher... tenho mais defeitos do que posso mensurar, mas, ao menos tenho o raro dom de sonhar e, apesar de todos os pesares, tenho vontade de amar... mas isto não é capaz de me derrubar.
            Talvez o destino fuja do meu caminho por enxergar uma inapetência de emoções. Talvez ele se esqueça que eu também preciso de alguém que aqueça meu coração e me faça perder a razão... mas isto não é capaz de me derrubar.
           Mas o que fazer se eu quero cair? Me perder nesse abismo... ficar à mercê da vontade de outrem. Quero ouvir meu coração bater e sentí-lo apanhar... Quero sofrer, morrer de amor... mas, quero amar! O que você está esperando, amor? Venha me derrubar!

domingo, 2 de maio de 2010

JANELA DA ALMA


Manhã fria
Brisa forte
Neblina
Na janela [da alma]
Chuva fina

Mente vazia
Destino sem norte
Saudade que desatina
Em meu peito, sem calma
Pareço menina...

Ah, e quem diria
Que foi falta de sorte
Ilusão da retina...

Ah, o que faria
Se fosse mais forte
... pra subir a colina

Subiria tão alto
Me levaria tão longe...

No campo, no asfalto
não importa como, não importa aonde...

O coração é quem sente
Essa paixão açoiteira
Que consome e balança

Memórias ardentes
Sem fogo ou lareira...
Apenas lembranças